quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ópera


Olhares plangentes e alma desnuda
Em quimeras inefáveis, flui o amor
No fulgor da musicalidade aguda
Tessitura grave, disseminando louvor.

Corpo insone facultando voz, a noite despida
Com encanto... soa a dramática composição
Trechos sinfônicos que traz guarida
A esse melancólico coração.

Um sorvedouro de sensações paira no ar
E o olhar, delirante de anelos, é colhido pela dor
Atiçando a chama que fomenta a cobiça de amar
Ateando o fanal, que guia o porvir do amor.

Ao passo que a voz aguçada aplaca as dores
No planger de um violoncelo em ação
No jardim dos sonhos, brota as flores
De uma transcendente paixão.

A platéia vai ao delírio no glamour da orquestra
Enquanto, o amor se faz presente em meu coração
Rendido pelo seu sorriso meigo e sereno:
Júbilo disseminando ventura, em meio à multidão.

 Mesmo que esse amor não seja rocha no leito do rio
Que suporta as tribulações sem se queixar
Já valeu apena, somente pela sensação de amar.

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