domingo, 12 de fevereiro de 2012


Campo deserto



Na madrugada fria e melancólica
Teus olhos doces invadem minhas lembranças
E nesse instante minha alma ardente tem a certeza
Que teu porvir é desfalecer no meu porvir.

E cada gota de orvalho que molha a terra
Semeia o nascimento desse insigne amor
No campo deserto de ventos ríspidos
A chuva escoa com prenúncio de volúpia.

O sol desponta no horizonte e a chuva se esvai
E traz luz a um amor que nasce e renasce no infinito
Da lívida candura que brota a essência desse amor
Fazendo-me prisioneiro de mim mesmo.

Acorrentando-me no anelo de tocar os teus lábios
Navegar minha língua suavemente em tua boca
Murmurar em teu ouvido palavras de amor
E enlouquecer de prazer, em teu corpo suado.

Cobrir tua pele lisinha com meus beijos
E no silêncio do teu gemido, delirar de prazer
Desvencilhando a timidez momentânea do teu olhar
Entregando-se a ardência da alma, que queima de paixão.

Esse amor ocupa o campo que estava ermo
Com seus lírios pálidos pela ausência de ternura
E o cravo lívido tornar-se-á cintilante
Com o amor que chega... e seja eterno, enquanto ame.